Hordéolo e Calázio
Nas bordas palpebrais existem várias glândulas que se destinam à produção de componentes da lágrima. Quando alguma dessas glândulas tem seu orifício obstruído, há a retenção da substância produzida em seu interior, formando-se um nódulo palpebral. Quando este nódulo é vermelho e doloroso chama-se hordéolo ou, como é conhecido popularmente, “terçol” ou “viuvinha”. Se não existem sinais inflamatórios aparentes (dor, vermelhidão e inchaço) chama-se calázio.
A obstrução do orifício das glândulas palpebrais ocorre devido a doenças palpebrais predisponentes. Pacientes com blefarite têm uma inflamação crônica da borda palpebral. Pacientes portadores de acne (“espinhas no rosto”) são, também, predispostos ao surgimento dessas lesões, assim como portadores de acne rosácea (rosto completamente cheio de espinhas), forma mais avançada da acne comum. Em outros casos, o motivo da obstrução não é aparente, podendo estar relacionada a uma diminuição da fluidez da secreção dessas glândulas.
Hordéolo externo: tumoração com sinais inflamatórios da borda palpebral, neste caso associado a meibomite (inflamação crônica da borda palpebral).
Grande calázio que deforma a pálpebra superior.
Tratamento do Hordéolo
Fatores associados agravantes, como mencionados acima, devem ser tratados.
Compressas frias ajudam numa fase inicia (primeiras 48 horas). Elas provocam a constrição dos vasos locais, diminuindo a vermelhidão e a dor. Numa fase mais avançada, o melhor é se fazer compressas mornas, que aceleram a resolução do processo. Quando existe coleção purulenta, algumas vezes, prefiro optar pela drenagem cirúrgica.
Realizo as compressas do seguinte modo: para as compressas frias, são colocadas três pedras de gelo picado num saco plástico que, em seguida, são envoltos num pano limpo. Aplica-se sobre o local afetado por cerca de 15 minutos, repetindo-se de cinco a seis vezes ao dia, ou quando necessário. As compressas mornas, também, são realizadas de cinco a seis vezes ao dia, com duração de 15 minutos. Utiliza-se um pano limpo, esquentado no ferro elétrico ou umedecido em água quente. Neste caso, mantêm-se as pálpebras fechadas para se evitar que pingos de água quente entrem no olho.
Colírios e pomadas oftálmicas, em geral, não são necessários, porque não penetram a pele da área afetada. Estes são usados para o tratamento de outras lesões associadas, como por exemplo, a blefarite.
Antibióticos via oral podem ser necessários raramente, quando existe grande reação inflamatória local, com suspeita de extensão do processo infeccioso para os tecidos adjacentes ou uma celulite periorbitária (comprometimento dos tecidos em volta do olho).
Às vezes, antiinflamatórios via oral contribuem para diminuir a dor e o inchaço.
Tratamento do Calázio
A realização de compressas mornas é suficiente numa tentativa de provocar a resolução do processo. Se, após um período variável de dois a seis meses, não houver seu desaparecimento e, havendo má estética, realiza-se a remoção cirúrgica da lesão.