Uveítes

As uveítes compreendem uma ampla variedade de distúrbios oculares inflamatórios, decorrentes de uma reação exacerbada do nosso sistema imunológico contra os tecidos intra-oculares. De uma forma simplista, a uveíte surge quando o nosso sistema imune reconhece uma proteína componente desses tecidos como estranha (antígeno), gerando uma resposta específica contra esse antígeno, porém havendo uma amplificação do processo de forma inespecífica, que acaba por ocasionar a inflamação intra-ocular.

Tipos de uveíte

A uveíte é anatomicamente classificada em anterior, intermediária, posterior e pan-uveíte. A uveíte anterior afeta a íris (membrana que dá a cor do olho) e o corpo ciliar (localizado junto à raiz da íris). Na uveíte intermediária, a inflamação predomina logo atrás do cristalino no equador do olho, abrangendo o vítreo anterior (gelatina que preenche a maior parte do olho) e a região conhecida como base do vítreo que inclui a pars-plana e a retina periférica. Na uveíte posterior, a inflamação está localizada principalmente na retina (tecido fotossensível localizado no fundo do olho), na coróide (tecido vascular localizado atrás da retina) e no nervo óptico. As pan-uveítes se manifestam por inflamação significativa do segmento anterior, da cavidade vítrea e das camadas retinocoroidais posteriores ao equador.

Sintomas e sintomas

Os sintomas da uveíte são bastante variados em função do agente causal, da localização da inflamação e da ocorrência de complicações. Quando surge de forma aguda, o paciente, em geral, refere dor, vermelhidão ocular e embaçamento visual que podem variar de acordo com a severidade do caso. Em casos insidiosos, como ocorrem na uveíte intermediária, o paciente pode referir apenas discretas manchas enegrecidas no campo visual (moscas volantes). Casos crônicos podem apresentar sintomatologia recorrente e ou progressiva. A perda visual ou acentuada diminuição da visão pode ocorrer nos casos severos pela formação de catarata, pela ocorrência de descolamento da retina, lesão à mácula (centro da visão) ou ao nervo óptico.

O olho apresenta sinais característicos ao exame. A vermelhidão ocular restringe-se, principalmente, a região em volta da córnea. Dentro do olho são observados achados característicos: depósitos na face interna da córnea que normalmente são ausentes, o líquido que preenche o segmento anterior do olho (humor aquoso) apresenta partículas flutuantes (células ou reação protéica) normalmente ausentes e outros sinais específicos de cada tipo de uveíte.

Uveite

Hipópio: a intensa inflamação intra-ocular resultou na precipitação de pus na câmara anterior.

Uveite

As sinéquias posteriores são aderências indesejáveis que se formam entre a íris e a cápsula anterior do cristalino.

Uveite

Pigmentos na cápsula do cristalino: existiam aderências (sinéquias) entre a íris e o cristalino, que foram desfeitas com a dilatação da pupila.

Diagnóstico

Sempre fazemos o mapeamento da retina, a fim de identificar as lesões específicas de cada tipo de uveíte e as estruturas intra-oculares atingidas. Solicitamos, também, vários exames para tentar identificar a causa da moléstia.

Tratamento

Tratamento imediato deve ser efetuado par evitar complicações.

Colírios para dilatar a pupila são prescritos para aliviar a dor e o desconforto e evitar aderências intra-oculares. Colírios com corticóide visam reduzir a inflamação.

Para inflamações mais profundas, medicamentos orais (corticóides, antibióticos e outros) ou injeções poderão ser recomendados. Em casos extremos, até mesmo uma cirurgia poderá ser necessária.

Complicações

São várias. A catarata é uma complicação muito freqüente, que em geral é passível de tratamento. O descolamento de retina pode ocorrer, principalmente nas pan-uveítes. A lesão da mácula compromete severamente a visão central. Também pode ocorrer lesão ao nervo óptico.

Uveite

Catarata complicada decorrente de uveíte.

Casos negligenciados, onde há demora do paciente em procurar o oftalmologista, podem complicar. Mesmo com tratamento adequado, alguns tipos de uveíte, em especial as pan-uveítes, as vasculites retinianas, a uveíte ligada à artrite reumatóide juvenil e algumas uveítes crônicas, cursam com prognóstico muito ruim.

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